segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Ensaio

Ensaio


(Re)conhecer o conceito e exemplos do gênero ensaio.



Opinião de Silviano Santiago sobre Ensaio
O ensaio se apresenta como um texto escorreito, de feição híbrida. Tem algo da escrita artística e também da escrita científica. Por um lado, falta-lhe a liberdade da arte porque o ensaísta é um leitor que trabalha a partir de exemplos concretos, tomados de outros textos e dos meios de comunicação de massa. Por outro, faltam-lhe os princípios disciplinares da ciência, já que o ensaísta é um indivíduo obsessivo que sai em busca do conhecimento multidisciplinar de dada questão. Paradoxalmente, nessa dupla falta, está a redenção do ensaio. O ensaio não concorre com a exposição em forma de "drama", típica da ficção, do teatro ou do cinema. É na obsessão opinativa do ensaísta que está a coerência de uma coletânea de ensaios como O cosmopolitismo do pobre. O ensaio também não concorre com a monografia científica, em que a objetividade oriunda de uma bibliografia deve suplantar o caráter subjetivo da interpretação. O ensaio fala de maneira individual e obsessiva sobre a atualidade e deve dialogar com todo e qualquer cidadão que se interesse pelas questões propostas pela realidade nacional e internacional.
"O ensaio não termina quando o ensaísta esgota o assunto, mas quando este sente que ele não tem mais nada a falar”.
Adorno, O Ensaio como forma Maria Cristina de Souza. Mestre em Literatura Brasileira pela USP.


Conceito


O ensaio é um texto literário breve, comum na academia e nos periódicos impressos ou on-line. Tem como maior objetivo expor idéias, críticas e reflexões morais e filosóficas sobre determinados temas.

De modo geral, o ensaio é uma forma literária, uma composição em prosa, de pequena extensão e assunto limitado. De início, era uma breve digressão pessoal acerca de pessoas, fatos, paisagens e estados de alma. Situando-se entre o poético e o didático, o ensaio distingue-se pelo manejo, a um tempo, das idéias e do estilo e caracteriza-se por uma estrutura baseada na flexibilidade formal e na subjetividade

Exceptuando-se os casos de utilização indevida do conceito, mantêm-se atuais as frases de Montaigne para definir o que seja ensaio: [1] «Eu sou a matéria do meu livro», na medida em que o ensaísta utiliza a sua liberdade individual e baseia-se na reflexão que faz sobre as matérias de que trata, para sobre elas constituir um pensamento original; e [2] «O que sei eu?», porque, sempre que se faz um ensaio sobre uma dada matéria, é obrigatório proceder-se a uma atualização crítica dos conhecimentos já adquiridos, pelo próprio ou por outrem, sobre essa mesma matéria.

No fundo, o ensaio representa sempre, seja qual for a matéria que aborde, um ajuste de contas entre o conhecimento já detido pelo autor e aquilo que ele pretende conhecer.

Informações encontradas em:

http://www.ead.unesc.net/sitepit/Unidade4/Tema1/U4Tema-1.htm